imagem retirada da Internet
Todos devem estar acompanhando o caso bárbaro da criança de 9 anos, que depois de ter sofrido violência sexual do padrasto, ficou grávida de gêmeos. O caso aconteceu em Pernambuco e a menina tem uma irmã de 14 anos, deficiente física, que também sofria abusos sexuais por parte do padrasto.
Ocorre, que a lei, apesar de velha, prediz o aborto em caso de risco de morte para a mãe e em casos de violência sexual. Essa criança que se enquadra nos dois casos, tem apenas 33 quilos e 1,36 metros de altura, tem o útero infantil, seu aparelho reprodutor não se encontra maduro para suportar sequer a gestação de um feto quanto mais dois fetos ao mesmo tempo, também possui a mentalidade própria de sua pouca idade e um quadro familiar pra lá de instável.
Para completar esse drama, o arcebispo de Olinda e Recife Dom José Cardoso, determinou a excomunhão de toda a equipe médica que realizou o procedimento, assim como a excomunhão da mãe da menina que autorizou o aborto, realizado no início de março.
A Igreja Católica há muito proíbe o uso de métodos contraceptivos, proíbe a campanha do poder público para a prevenção à doenças sexualmente transmissíveis, como também a união entre pessoas do mesmo sexo.
Moralismos à parte devemos concluir, até por uma questão de lógica, que esse comportamento acarreta em um grande distanciamento da Igreja por parte de seus fiéis, já que nada mais parece importar para essas lideranças, que ignoraram o ato monstruoso do padrasto, atribuindo a ele um "crime menor" do que os demais envolvidos.
Depois de sofrer críticas até do Presidente da República, o arcebispo voltou atrás e agora fala em perdão, em caso de arrependimento da mãe e da equipe médica.
Já para os médicos que atenderam a criança, não há do que se arrepender, já que a vida da criança corria sérios riscos.
Acima da polêmica, devemos questionar se a igreja ponderou sobre a possibilidade dessa criança vir a falecer em decorrência dessa gravidez. Para a Igreja, que vida era mais importante? O emocional dela não deveria importar uma vez que a igreja é tida como o consultório da alma?
O caso caiu na mídia nacional e internacional, consolidando o Brasil como um país onde os idosos são maltratados, as crianças não são bem cuidadas, onde se pratica constantemente a impunidade e onde todo o resto é ignorado, salvo os casos excepcionais, claro.
O grande problema disso tudo é que a barbárie se tornou tão corriqueira nas nossas vidas, que presenciamos até mesmo com um certo distanciamento, como se não fosse problema nosso, nos limitando apenas a comentar superficialmente o que vemos com os indivíduos de nosso convívio mais próximo, casos como o da criança arrastada por quilômetros presa ao cinto de segurança do carro, famílias sendo metralhadas dentro de seus carros pela polícia, ônibus incendiados com pessoas dentro, crianças inocentes sendo estranguladas e atiradas do alto de prédios e outros tantos absurdos que vemos todos os dias enquanto fazemos nossas refeições diárias, num Reality Show macabro em que não há vencedores, encerramento apoteótico, nem prêmios milionários no final.
O questionamento a se fazer é sobre a monstruosidade, sobre o desrespeito à vida e à parcela mais inocente da população, que ignora o poder que tem nas mãos, não só no momento do voto, mas no momento de se cobrar a reformulação de uma legislação penal do tempo do onça, de leis que ainda falam em direito à honra de homens que se imaginam ter o mesmo direito de morte e vida sobre suas companheiras.
Essa legislação deveria ser mudada, mas pra isso os interessados ou seja, nós, deveríamos nos unir e cobrar mudanças. Pra correr atrás de trios elétricos e ver a escola de samba passar não fazemos multidão? Pra ver a Copa do Mundo não esvaziamos os escritórios e as ruas? Porque não podemos fazer o mesmo para cobrar o fim da corrupção e cobrar as mudanças que nosso país tanto necessita?
Escândalos políticos não são tema para piadas, não tem graça nenhuma. A segurança é uma consequência da educação, não o contrário.
O corpo sem vida carregado morro abaixo em um carrinho de mão poderia ser alguém da sua família... ou até mesmo você...
Faça algo a respeito!
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